Saiba mais sobre os diversos tipos de testes para detectar a Covid-19

Em caso de resultado positivo, contate o serviço de Orientação Médica por Telefone (OMT) de sua cidade.

 

Teste

Em caso de sintomas da Covid-19, os beneficiários do PASBC devem entrar em contato com o serviço de Orientação Médica por Telefone (OMT) de sua cidade.

 

Nos últimos dias, o Depes tem recebido questionamentos sobre a liberação, por parte da Anvisa, da realização dos chamados “testes rápidos” para a detecção do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19.

Recomenda-se que, em caso de sintomas da Covid-19, todos os beneficiários do PASBC entrem previamente em contato com o serviço de Orientação Médica por Telefone (OMT) de sua cidade para decidir qual o melhor momento para a realização dos testes. Os contatos para o atendimento do PASBC em cada cidade estão no final desta matéria.

Abaixo estão alguns esclarecimentos sobre os tipos de teste disponíveis:

Testes RT-PCR (“moleculares” ou “lentos”)
O teste de RT-PCR, também chamado de “teste molecular” ou “teste lento”, é baseado na detecção do material genético (RNA) do vírus em amostras de material coletado do nariz e garganta dos indivíduos testados. É um procedimento que requer treinamento e o uso de equipamento de proteção individual na coleta de material, produzindo resultados dentro de 24 a 48 horas. Atualmente, é o teste mais preciso disponível para detecção do vírus Sars-CoV-2, alcançando cerca de 95% de confiabilidade, segundo estudos. Esse teste é coberto pelo PASBC, conforme comunicado já enviado.

Testes sorológicos (“rápidos”)
Esses testes sorológicos, chamados “testes rápidos”, são baseados na detecção, em amostras de sangue, dos anticorpos dos tipos IgG e IgM que são produzidos pelo organismo em resposta à infecção pelo vírus. Os anticorpos IgM são produzidos em quantidades suficientes para serem detectados pelo teste em aproximadamente 12 dias após a infecção, e os do tipo IgG após aproximadamente três semanas. Passadas mais algumas semanas, os anticorpos IgM deixam de ser produzidos, restando apenas os IgG. Apresentam resultados, tipicamente, dentro de meia hora. Esse teste ainda não faz parte do rol da ANS, portanto não é coberto pelo PASBC.

Comparação entre os testes
De acordo com Leandro Giavarotti, do Depes, “o exame RT-PCR (“lento”) é projetado para detectar infecções ativas por Coronavírus. Embora hoje seja o teste mais preciso, pode não detectar infecções muito recentes (menos de dois dias) e não fornece informações sobre infecções passadas e já curadas”. O servidor completa que “os testes sorológicos (“rápidos”) disponíveis no país apenas indicam se o indivíduo já teve contato com o vírus, não sendo suficientemente precisos para detectar infecções ativas nos seus estágios iniciais, momento em que os anticorpos podem ainda não ter se formado, mas durante o qual os pacientes, mesmo assintomáticos ou com sintomas leves, podem transmitir o vírus”. Para mais informações, consulte a Nota da Anvisa sobre a liberação dos testes rápidos.

Questões a se observar nos testes “rápidos”
A sensibilidade (capacidade do teste de evitar falsos negativos) e a especificidade (capacidade de evitar falsos positivos) desses testes “rápidos” variam muito. Existem diversas marcas no mercado, e como não há regulamentação e validação adequadas, não há como garantir a qualidade do teste. Por exemplo, Reino Unido e Espanha compraram lotes de testes da China que não funcionavam como prometido. As condições de transporte e armazenamento dos kits também podem degradar os reagentes e a precisão do teste.

Finalmente, a interpretação dos resultados requer cuidado. Um resultado negativo para IgG e IgM nos testes “rápidos” pode indicar que a pessoa ainda não entrou em contato com o vírus, mas também pode ocorrer quando o vírus está ativo no organismo, antes da fase de produção de anticorpos em grande quantidade (falso negativo). Um resultado positivo para IgM pode significar que o vírus ainda está ativo e transmissível no organismo, mas também pode perdurar por algumas semanas após o final da infecção. Um resultado positivo para IgG sugere que a pessoa teve contato com o vírus e se recuperou, mas isso não significa necessariamente que a pessoa está imune ao vírus e, portanto, fora de risco de contrair a doença novamente. Clique aqui para saber mais.

Recomendações
“No atual estágio da pandemia no Brasil, os testes sorológicos (“rápidos”) liberados não fornecem informações precisas e suficientes para nortear as decisões individuais dos cidadãos em relação a seu cuidado à saúde. Esses testes podem ser mais úteis para fins de verificação de imunidade coletiva, na fase descendente da curva de novos casos, ou para auxiliar em diagnósticos hospitalares, quando os testes moleculares não estiverem disponíveis ou sua utilização não for recomendada”, afirma Rodrigo Collares Arantes, do Depes. O servidor ressalta que “há ainda avaliações e pesquisas em curso sobre qualidades dos testes e graus de imunidade”. Por conta disso, todos os exames, “lentos” ou “rápidos”, devem ter seus resultados analisados por um profissional de saúde que poderá interpretar e recomendar os procedimentos de saúde adequados a cada caso.

Novamente, reforçamos que os beneficiários do PASBC devem entrar previamente em contato com o serviço de Orientação Médica por Telefone (OMT) de sua cidade para decidir qual o melhor momento para a realização dos testes.  Este procedimento pode evitar o falso negativo (quando a pessoa testa negativo, mas possui o vírus) em função da realização precoce dos testes, quando eles ainda não conseguem detectar a presença do vírus no organismo.

Resultado Positivo de Coronavírus: o que fazer?
Independentemente do tipo de exame realizado, um resultado positivo para Coronavírus (Covid-19) deve sempre ensejar as melhores precauções possíveis. A detecção do RNA viral do Coronavírus pelo exame RT-PCR (molecular) ou a presença do anticorpo IgM no exame sorológico (teste “rápido”) podem indicar que a infecção ainda está ativa no organismo, e portanto, o paciente pode transmitir o vírus às pessoas com quem entrar em contato, mesmo estando assintomático.

Em primeiro lugar, é importante sempre correlacionar o resultado dos exames com os achados clínicos obtidos por acompanhamento médico, para sua correta interpretação. Assim sendo, caso o exame não tenha sido precedido de uma avaliação clínica meticulosa, essa é a hora de fazê-lo. De posse do resultado positivo, o beneficiário do PASBC deve entrar em contato com o serviço de Orientação Médica por Telefone da sua cidade ou com o Disque-Saúde do Governo Federal (136) para obter orientações de como proceder na sua situação específica.

Em alguns casos, o médico pode orientar a realização de um exame de contraprova. Nessas situações, o melhor exame a realizar é o RT-PCR (molecular), que possui resultados mais confiáveis e tem a capacidade de detectar a infecção no seu estágio ativo já a partir do 2º dia de infecção, possibilitando a contenção da transmissão e o tratamento precoce da doença. Vale a pena lembrar que um resultado negativo neste segundo exame não invalida automaticamente o resultado positivo do primeiro exame realizado. Sabe-se a que a carga viral no organismo pode oscilar durante o curso da infecção, ficando abaixo do limiar de detecção dos testes em alguns momentos (veja esta nota técnica). Na ausência de sintomas, a obtenção de dois resultados negativos em exames de RT-PCR realizados com um intervalo mínimo de 24h entre eles, e após pelo menos sete dias do teste positivo original, é considerada indicativa de ausência de infecção ativa por Coronavírus (veja este reporte técnico). É essencial manter o isolamento durante o todo o período de investigação do provável caso de Covid-19.

Em qualquer caso, é sempre necessária a avaliação e o acompanhamento médico contínuo para o estabelecimento do diagnóstico de Coronavírus, bem como para a recomendação da suspensão das medidas de isolamento nos casos suspeitos e não confirmados.

Protocolo complementar para testes inconclusivos/discrepantes

1. Busca imediata de atenção médica especializada para avaliação do caso;

2. Estabelecimento de medidas de isolamento do paciente;

3. Realização, a critério médico, de testes adicionais de RT-PCR para detecção de Sars-CoV-2 (2 a 4), no mínimo sete dias após a realização do teste positivo original (conforme este reporte técnico);

4. O médico assistente avaliará o resultado dos exames, em conjunto com outros achados e exames clínicos pertinentes, e recomendará a manutenção ou suspensão do isolamento, bem como quaisquer medidas necessárias para o tratamento dos pacientes.

Confira abaixo os contatos para o atendimento do PASBC em cada cidade:

Belém
(91) 3181-2503
(91) 3181-2501
pasbc.adbel@bcb.gov.br
Belo Horizonte
(31) 3253-7029
(31) 3253-7228
atendimento.pasbc.adbho@bcb.gov.br
Brasília
(61) 3414-4021
(61) 3414-4176
atendimentopasbc.depes@bcb.gov.br
Curitiba
(41) 3281-3032
(41) 3281-3034
atendimento.saude.curitiba@bcb.gov.br
Fortaleza
(85) 3308-5433
pasbc.fortaleza@bcb.gov.br
Porto Alegre
(51) 3215-7161
(51) 3215-7162
sauders@bcb.gov.br
Recife
(81) 2125-4242
atendimento.pasbc.adrec@bcb.gov.br
Rio de Janeiro
(21) 2189-5216
pasbcrj.atendimento@bcb.gov.br
Salvador
(71) 2109-4570
bcsaude.salvador@bcb.gov.br
São Paulo
(11) 3491-6465
saude.sp@bcb.gov.br